6 de novembro de 2016

Do Espiritismo Para a Teosofia

Uma Ampliação Gradual de Horizontes

Arnalene Passos do Carmo




Este é um registro da caminhada em direção à fonte que saciou uma sede de alma, identificada desde a tenra idade.

A partir da adolescência, começamos a fazer escolhas. Muitas acontecem na inconsciência. Algumas por circunstâncias, outras por dever, e fazemos nosso trajeto com pequenos lampejos de clareza.

Chegando à maturidade, comecei a questionar crenças e padrões, percebendo que não queria passar pela vida seguindo trilhas demarcadas sem explicações suficientes. Precisava ampliar horizontes.

Da tradição católica tinha na bagagem as orações, o compromisso dominical e a fraca resignação de aceitar “os mistérios da fé”. Ao fazer contato com a literatura espírita, me identifiquei com o estudo das leis do Carma e da Reencarnação. O espírita é incentivado a ler e avança ao compreender que “o que se planta, se colhe”. Li muito sobre a reforma moral e ética. Bons livros ajudaram-me a sair do sedentarismo mental.

Depois de algum tempo, certas inquietações já surgiam e precisava avançar. Cheguei ao e-grupo SerAtento e permaneci  silenciosa por mais ou menos dois anos. Tempo suficiente para ter certeza de que era exatamente o que buscava.

No começo, misturava conceitos pensando serem apenas nomes diferentes para as mesmas coisas. Aprendi então que “é impossível encher de chá novo uma xícara que está cheia com outra substância.”[1] Precisava abrir espaço e refletir sobre o novo conhecimento. Ele possuía as explicações claras por que tanto ansiava. Ao evoluir do conhecimento de três para sete princípios da consciência, percebi a visão simplista que tinha do pós-morte.

Comecei lendo “A Chave Para a Teosofia”, e neste livro Helena Blavatsky afirma:

“Tudo depende dos pontos de vista que adotamos quanto a espírito e alma, ou individualidade e personalidade. Os espíritas confundem os dois ‘como sendo um só’; nós os separamos, e dizemos que, com as exceções acima enumeradas, nenhum espírito revisita a Terra, embora a alma animal possa fazê-lo.”[2]

Aprendi também que a vontade constitui um importante poder de que é dotado o ser humano e, enquanto a Raja Ioga ensina a fortalecê-la através do autocontrole, a mediunidade a enfraquece para que “outros” ocupem o templo físico. Abrem-se fendas até não haver mais resistência a qualquer invasão, resultando na perda da vitalidade. [3]

“A Chave para a Teosofia” foi escrito na forma de perguntas e respostas e na leitura cada uma fortalecia um diálogo interno que, ao final, não deixou nenhuma dúvida: era por Teosofia que buscava, e queria fazer parte deste Movimento. Ingressei em maio de 2009.

Na Loja Independente de Teosofistas [4], fundada sete anos depois em setembro de 2016, vejo meu norte renovado para seguir em frente exercitando o compromisso expresso em trabalho interno e externo, tal como descrito por Damodar Mavalankar.[5]

O livre-pensador que busca ampliar horizontes encontra na Teosofia o caminho natural para uma melhor compreensão das Leis Universais. Uma vasta literatura o aguarda. Para aqueles que sintonizam com este conhecimento, o e-grupo SerAtento é uma ótima sala de estudos.

NOTAS:

[1] Veja o parágrafo inicial de “Os Sete Princípios da Consciência”, de Carlos Cardoso Aveline.

[2]A Chave Para a Teosofia”, Helena Blavatsky, Editora Teosófica, Brasília, terceira edição, p. 138.

[3] Examine “Blavatsky Comenta a Mediunidade”, de Joaquim Duarte Soares.

[4] Veja “A Loja Independente de Teosofistas”, de Carlos Cardoso Aveline.

[5] Leia “O Conhecimento Verdadeiro”, de Damodar K. Mavalankar.

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O texto acima surgiu durante os estudos do e-grupo  SerAtento. A sua primeira versão foi publicada em “O Teosofista”, edição de dezembro de 2010.

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