A Influência da Filosofia
Esotérica é
Multidimensional
Carlos Cardoso Aveline
Desde os
anos 1870, a distribuição de livros em papel age como um motor do trabalho
presencial do movimento teosófico ao redor do mundo.
Todo esforço feito em torno de um ideal
elevado se expressa com ajuda de livros,
ideias e publicações. Apesar da importância do trabalho online, a venda de livros em papel continua sendo
indispensável no século 21.
A dimensão comercial da distribuição de
livros tem importância secundária. O estudo de obras em papel e de textos
online constitui um instrumento decisivo para o trabalho teosófico presencial:
as pessoas se reúnem em torno de livros e websites.
Através do livro, o estudante pode conversar
diretamente com pensadores das épocas mais diferentes da história humana. Todos
eles são essencialmente seus contemporâneos no território da palavra escrita.
Se olharmos para o tamanho do movimento
teosófico de hoje e para o número e a qualidade dos livros e textos que ele
publica, veremos que há uma correspondência direta entre a sua força vital e a
força da sua literatura. A história do
movimento teosófico é a história das suas publicações em papel.
Uma literatura falsa coloca o movimento esotérico
sobre alicerces enganosos e instala armadilhas no caminho do buscador da
verdade. A literatura autêntica, por sua vez, convida ao exame crítico, ensina a pensar com
independência, e permite construir um movimento teosófico durável, cuja base é
a veracidade.
Cada obra teosófica leva consigo uma certa
vibração magnética e uma determinada presença sutil.
As bibliotecas filosóficas têm auras ou atmosferas próprias que refletem invisivelmente a qualidade do seu
conteúdo. A influência oculta dos livros é discutida por Jorge Luis Borges [1] e abordada nas Cartas dos Mahatmas.
Referindo-se por exemplo a um livro editado
e publicado por Annie Besant, um
Mestre diz que a obra tem “um espírito impuro e uma aura brutal” e que jamais o
lerá. [2]
Bons textos são veículos da sabedoria eterna:
a venda de livros e a circulação de ideias espalha uma força magnética.
Comprando livros de papel, iluminamos o local
físico em que vivemos. Não é difícil perceber que, nas casas em que livros de
papel contêm conhecimento divino, flui uma energia magnética superior.
NOTAS:
[1] Sobre Jorge Luis Borges e a força magnética dos livros, leia o capítulo 28 da
obra “Conversas na Biblioteca”, de Carlos Cardoso Aveline (Ed. Edifurb,
Blumenau, SC, 170 pp.). O texto está
disponível em nossos websites associados
sob o título de “Borges, o Sábio Cego na Biblioteca”.
[2] Veja as linhas finais da Carta 119, no volume dois de
“Cartas dos Mahatmas” (Ed. Teosófica).
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Uma versão
inicial do texto acima foi publicada inicialmente sem indicação do nome do
autor, na edição de setembro de 2014 de “O
Teosofista”.
Veja
também o artigo “A Arte de Ler”, de
Carlos Cardoso Aveline, que está disponível em nossos websites associados.
Sobre
o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição
luso-brasileira de “Luz no Caminho”,
de M. C.
Com
tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos,
85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The
Aquarian Theosophist”.
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